quarta-feira, 6 de julho de 2016

Documentário “Menino 23” expõe escravização de órfãos no Brasil dos anos 1930

SÃO PAULO (Reuters) - Apoiado numa pesquisa de doutorado do historiador Sidney Aguilar Filho, o documentário de Belisário Franca, “Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil”, denuncia uma clandestina experiência de virtual escravização de um grupo de 50 garotos negros e órfãos, retirados em meados dos anos 1930 de um orfanato carioca (Romão de Mattos Duarte), para uma fazenda no interior paulista, em Campina do Monte Alegre.
O criminoso experimento de limpeza étnico-social estava enraizado numa política eugenista, que acontecia no Brasil no contexto internacional de crescimento do nazismo e do fascismo, que no país se expressava também pela vertente integralista.
Tijolos com a suástica, aliás, ainda hoje podem ser encontrados nas imediações da fazenda, então de propriedade da família Rocha Miranda – cujos integrantes foram procurados mas não quiseram manifestar-se no filme. De todo modo, as provas mais evidentes são mesmo os documentos do orfanato, que contêm os nomes dos garotos – todos entregues aos cuidados de um único tutor, da família Rocha Miranda – e mais ainda os relatos em primeira pessoa de dois sobreviventes, Aloísio Silva e Argemiro Santos, ambos nonagenários, e da família de um terceiro, José Alves de Almeida, que era chamado de “Dois”.
Ser chamado por um número – como acontecia aos prisioneiros de campos de concentração -, aliás, era a regra. O próprio sr. Aloísio era o “23” que dá título ao documentário. É dele o depoimento mais doloroso sobre os tempos passados na fazenda, em que os garotos eram submetidos a uma estafante rotina diária, que incluía trabalho na roça e com animais, sem recebimento de qualquer remuneração, banhos frios, castigos físicos e nenhum contato externo. Qualquer semelhança com uma prisão, portanto, não era mera coincidência. Era uma experiência de aguda desumanização, cujos efeitos se fazem sentir até hoje nestes sobreviventes e mesmo em seus familiares.
A primeira pista da história surgiu, justamente, quando uma das alunas de Sidney Aguilar lhe trouxe um dos tijolos com a suástica – um símbolo que aparecia também no gado da fazenda, marcado com ele, como se descobriu em imagens da época. O contato com o cineasta Belisário Franca deu-se bem depois, quando o historiador pesquisava para o seu doutorado e já havia descoberto o sr. Aloísio, na época com 89 anos, o que deu a medida da urgência de filmá-lo.
No decorrer da produção do filme, que durou mais de quatro anos, a primeira providência foi foi filmar esses sobreviventes – o sr. Argemiro, localizado depois, também contava 89 anos. Depois disso é que foram realizadas outras pesquisas que permitiram, como o diretor pretendia, dar mais consistência e contexto à espantosa história.
A contextualização é bem realizada no documentário, que recorre a imagens da época, bem como a pesquisas dando conta de que a Constituição de 1934 continha até mesmo um artigo eugenista (o de número 138).
O planejado encontro entre os sobreviventes Aloísio (que morreu depois do filme) e Argemiro acabou não acontecendo devido a dificuldades extremas de locomoção de Argemiro, um ex-marinheiro residente em Foz do Iguaçu.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

Irmão de Bruno revela onde está o corpo de Eliza Samudio

Após seis anos de espera, a família de Eliza Samudio, que teve um filho com o  goleiro Bruno Fernandes, talvez possa, finalmente, encontrar os restos mortais dela. As informações são do portal UOL.
De acordo com o site, a Polícia Civil do Piauí colheu depoimento de Rodrigo Fernandes das Dores de Sousa, irmão de Bruno, que está preso no Piauí sob suspeita de estupro, no qual ele revela onde estão os restos mortais de Eliza. Na fala ao delegado Elídio Duarte, ele teria indicado que os restos estão em Minas Gerais.
A Polícia Civil, agora, vai investigar o caso e, por isso, ainda não passa mais detalhes sobre ele. Por conta disso, não foi divulgado ainda em qual cidade mineira estão os restos de Eliza. O depoimento ainda passará por uma averiguação.
Eliza Samudio desapareceu em 2010 e desde então a polícia já tentou por diversas vezes achar seu corpo, todos sem sucesso. Já Bruno cumpre pena de 22 anos após ter sido condenado, em 2013, pela morte dela.

Ex-apresentadora da Fox News processa ex-chefe por assédio sexual AFP AFP6 de julho de 2016


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(Arquivo) Os estúdios do canal de televisão americano Fox News, em Nova York, no dia 5 de outubro de 2006
A ex-apresentadora da Fox News Gretchen Carlson apresentou uma ação judicial, nesta quarta-feira, contra o chefe da gigante da televisão Roger Ailes, a quem acusou de demiti-la por recusar suas propostas sexuais.
A ação judicial por assédio sexual afirma que Carlson, ex-Miss Estados Unidos que trabalhava na Fox News há mais de uma década, foi despedida como represália e "porque rejeitou as propostas sexuais [de Ailes] e se queixou de assédio sexual grave e generalizado".
Segundo a ação judicial, Ailes a demitiu em 23 de junho após tê-la "deixado no ostracismo, marginalizada e rejeitada" e ter dado a entender que "esses 'problemas' não tinham existido e poderiam ter sido resolvidos se ela tivesse tido uma relação sexual com ele".
Alies, diretor-geral da Fox News, não respondeu aos pedidos de entrevista da AFP. A empresa mãe da Fox News, 21st Century Fox, assegurou em um breve comunicado que leva "muito a sério este assunto" e que havia "empreendido um exame interno". Além disso, assegurou que tem "plena confiança" em Roger Ailes, "que serviu brilhantemente a empresa durante mais de duas décadas".
Carlson, que ganhou o concurso Miss Estados Unidos em 1989, começou a trabalhar na Fox em 2005, e durante sua carreira no canal de televisão entrevistou várias personalidades, como o presidente americano, Barack Obama, e seu antecessor, George W. Bush.
Roger Ailes, ex-assessor de presidentes republicanos, é uma personalidade-chave do império midiático do magnata Rupert Murdoch, proprietário da Fox News.