O almirante Alfredo Karam, de 91 anos, pai de Karam, chegou ao hospital no início da tarde desta quinta-feira acompanhado de um motorista e não falou com a imprensa. A família ainda não divulgou a data do velório.
O último trabalho de Guilherme Karam na televisão foi na novela "América", em 2005. O ator conquistou o carinho do público pela veia cômica, quando integrou o elenco de "TV Pirata". No humorístico, ele eternizou diversos personagens, como o apresentador da TV Macho, Zeca Bordoada, e o capanga Agronopoulos.
Em setembro, o pai de Guilherme Karam, o militar aposentado Alfredo Karam, contou ao EXTRA que o artista teve uma piora em seu quadro de saúde.
“Estive no hospital, como sempre faço, e ele não está bem. Já vi a mesma coisa acontecer com o irmão e a mãe dele. O pulmão começou a dar problemas”, relatou: “Infelizmente, não tenho boas notícias. Só resta pedir a Deus para que ele não sofra”.
O relato triste do pai, almirante que foi ministro do governo Figueiredo, é de alguém desesperançoso. Guilherme Karam perdeu a mãe e um irmão com a mesma doença, infelizmente hereditária. As visitas que aconteciam há seis meses, quando o ator passou a permitir a presença de poucos amigos como a atriz Tessy Callado, também cessaram. “Ele não fala mais, só se comunica com os olhos. É difícil aceitar ser visto assim”, justifica Alfredo.
Guilherme é dependente do pai, mas recebe um salário da TV Globo, onde trabalhou até fazer “América”, há dez anos.
“É pelo reconhecimento do trabalho dele, de tudo o que ele fez lá”, avalia o pai: “Eu conto com Deus e minha fé. Tudo o que não queria é que meus filhos sofressem. Mas essa doença é minha sina”.
Guilherme herdou a doença da mãe, que repassou também aos outros três filhos. Dois morrerem, além da mãe, e uma irmã de Karan se mantém em uma cadeira de rodas.
"Ele herdou da mãe. Perdi um filho com a mesma doença. Guilherme fica na cadeira de rodas o tempo todo. Tem horas que ele está lúcido e tem horas que não", diz seu pai, Alfredo.
A síndrome de Machado-Joseph é uma doença autossômica dominante, o que significa que ela é genética e hereditária, podendo ser transmitida pelo pai ou mãe. A doença é causada por uma mutação no gene do cromossomo 14, que gera uma proteína anormal (a ataxina 3) que se acumula dentro de algumas células do cérebro.
O diagnóstico é feito através de uma conversa com o paciente, onde é verificado se existe algum histórico da doença na família. Pode-se também realizar um teste genético para verificar a existência da síndrome. O tratamento é paliativo, ou seja, apesar de pesquisas, ainda não encontraram uma vacina ou tratamento que extermine a doença.
Enquanto ainda estava em casa Guilherme Karam, que também sofre de problemas na coluna, vivia sob os cuidados de dois enfermeiros, e recebia, três vezes por semana, a visita de um fisioterapeuta. É o máximo de contato que ele tinha com o mundo externo. Deprimido, ele não quer receber visitas.
Conhecido por seus personagens cômicos, Karam começou sua carreira em 1984 em "Partido Alto", como Políbio. Atualmente, o trabalho do ator pode ser visto na reprise de "Meu Bem, Meu Mal", pelo canal Viva. Na novela, ele interpretou o intrometido e divertido mordomo Porfírio.
Também atuou em diversas produções como "Dona Beija", "Explode Coração", "O Clone", entre outras. No cinema fez vários filmes da Xuxa, interpretando o inesquecível Baixo-Astral em "Super Xuxa contra Baixo Astral" e Gorgom em "Xuxa e os Duendes e Xuxa e os Duendes 2".
Leia mais: http://extra.globo.com/famosos/guilherme-karam-morre-aos-58-anos-no-rio-rv1-1-19663194.html#ixzz4DkG9L02F
Nenhum comentário:
Postar um comentário